::O Outro Lado::

Neste post falei sobre as vantagens do parafango na termoterapia, mas não é a única técnica possível em terapia de calor.
Uma das mais antigas e ainda mais usadas, pela facilidade em usar nas mãos ou pés é a parafina.


Consiste numa mistura de cera e óleo mineral. No fundo, trata-se de um composto de cera derretida, colocada devidamente num recipiente próprio, com tamanho suficiente para receber as extremidades superiores ou inferiores, conforme os casos, e actuando sob os membros com efeitos analgésicos.
Este "banho" de parafina ronda os 30º graus, provocando a hiperémia (aquecimento local), relaxamento muscular, aumento da vasodilatação que permite o consequente aumento da circulação sanguínea, permitindo uma maior circulação de oxigénio por todo o corpo.

O tratamento pode ser aplicado de duas formas. Através da emersão:
O paciente emerge cerca de 6 vezes a mão ou o pé, dependendo da patologia que tiver. Mergulha o membro e retira-o de seguida. Repete este movimento por 6 vezes.
Quando terminar este processo vai ter a cera sólida agarrada à mão / pé, mantendo-o a uma temperatura a rondar os 30º graus.
Para que o calor não se perca, envolve-se em película o membro e posteriormente numa toalha, prolongando o tempo de termoterapia.
Se o paciente tiver, por exemplo, um braço lesionado e necessitar de parafina, em vez de mergulhar todo o braço no recipiente, podemos pincelar o membro superior na zona a tratar, seguindo depois as indicações de envolver em película e toalha.

Outro método frequente é mergulhar a mão, por exemplo no recipiente uma única vez, mas com o membro submerso, abrir e fechar a mão repetidamente para que a articulação comece a trabalhar correctamente.
É natural que cada método seja adaptado a cada patologia.
Tanto a parafina como o parafango são considerados calor à superfície, porque conseguem atingir cerca de 2/3 cm's de profundidade.
Para que este tratamento surta os efeitos desejados deverá ter uma duração de cerca 15 minutos.
Claro que se verificarmos que a temperatura por baixo da toalha e da película foi entretanto reduzida a temperatura ambiente, não vale a pena manter o paciente com a parafina porque não está a fazer efeito.

Os tratamentos em termoterapia (como os de electroterapia) devem ser prescritos por um médico e ele sabe melhor que ninguém o histórico clínico do paciente.
Ainda assim convém assinalar que há contra-indicações na parafina, como as neoplasias (tumores), feridas abertas, inflamações graves, queimaduras, problemas circulatórios muito acentuados, entre outros.