quarta-feira, 24 de abril de 2013


Massagens a preços baixíssimos
Imagem real retirado de um site de promoções
Que o país está em crise, não é novidade para ninguém. Que as empresas para combaterem a diminuição das vendas têm de ser extremamente criativas, também é uma constante. Perante esta realidade, surgiram os sites de promoções e rapidamente expandiram-se sendo mais de 10 actualmente.
Quem beneficia é sobretudo o consumidor, que com preços mais acessíveis conseguem ter serviços muito agradáveis que de outra forma, provavelmente, não teriam acesso.
Mas devia de haver um limite para os descontos...



Groupon, Odisseias, Letsbonus, são apenas alguns exemplos dos sites de promoções que encontramos na internet. Mas podiam ser muitos mais porque este tipo de sites estão a aparecer como cogumelos.
E já se sabe que quanto maior a oferta, a tendência dos preços é para baixar. E ainda bem, poderão pensar.
Claro, se formos consumidores.
O problema é se formos uma "empresa"...

Passo a explicar!
Estes sites funcionam da seguinte forma (embora alguns possam variar um pouco): Todos os serviços têm de ter um desconto associado (até aqui, tudo bem). Alguns pedem 30% no mínimo, mas há quem chegue a exigir 50%.
Destes, metade é para o site de promoções e a outra metade será para a empresa que fornece o serviço.
Ou seja, se virem um serviço a custar 10€, apenas 5€ será entregue à empresa.
Se tivermos em conta que desses 5€ uma parte será paga ao estado, quanto sobra?!

Claro que tem as suas vantagens e a divulgação de empresas em inicio de actividade é um bom exemplo. Aliás, é um óptimo arranque. E as empresas terão que estar preparadas para tirar contrapartidas desse serviço.
O problema é quando a concorrência dita os preços.
Na imagem que acompanha este post é apresentado uma massagem a custar 5.9€ por 40 minutos. Mas cheguei a encontrar uma outra a custar, imagine-se, 5€.
Voltando a fazer as contas: 2.5€ para a empresa + "x" para o estado.
É impossível a empresa tirar algum lucro desta equação.

Para além de não servir lucro acresce a questão de dignificar o trabalho do profissional.
Quem nunca fez uma massagem não tem a noção do esforço que é praticado. Eu também não tinha, até as fazer.
Uma massagem bem feita, durante uma hora, deve equivaler a uma hora no ginásio a ter aulas de fitness. Acreditem!
Para além de ser cansativo é sobretudo desgastante.
Não me estou a queixar, até pelo contrário: se ficar desgastado é sinal que fiz bem o meu trabalho e o cliente (muito) satisfeito.
Mas se recebemos menos de 2,5€ pelo nosso trabalho, onde está a dignificação pelo que fazemos?

Na China os funcionários ganham menos de 2€ por dia e infelizmente, em alguns casos, em Portugal, também começa a ser assim. Voluntariamente.
Acho que devemos repensar o caminho que estamos a percorrer.
Pagaríamos 2€ a um médico? a um professor?
Que garantia teríamos de ficar bem servidos com serviços a estes valores?!
Então porque o havemos de fazer a um massagista?

Para que conste, eu apoio e concordo com estes sites de promoções, apenas acho que tem de haver limites. Pelo bom senso.
Concorda comigo? Ou estarei a ser demasiado parcial?

Deixe um Comentário

Subscrição do Post | Subscrição dos Comentários

- Copyright © ::O Outro Lado:: - Skyblue - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan -